25 de abril de 2011

GD 90...OS DETALHES OPIÁCEOS.......


Existe uma filosofia inerente ao ato da defecação líquida, que assola seu trato intestinal. Como em sua narina, o resto de substâncias químicas que se liquefazem por entre seu corpo semi morto e sem algum resquício de humanidade ou carinho piedoso, escorrem sem misericórdia. A mancha amarelada por entre sua platina nasal ou o escuro resquício de merda líquida na sua roupa íntima, apenas mostram que você não passa de um aglomerado de restos, que dependendo do que é ingerido, pode tornar-se ou não sólido.

Não há poesia na vida, existem mensagens subliminares. Aquelas que apontam um prédio em desesperada queda ou aqueles que insistem em surgirem quando sua mente definha por entre questões de grandeza e vida amórfica, que jamais passará apenas de uma passagem. Vivemos em uma geração rápida, cheia de informações tão complexas quanto um zero ou um 1. Não temos uma grande luta, muito menos questões ligadas à evolução da humanidade. Homofobia, xenofobia, racismo, eleições, pobreza, nada disso importa na verdade. Eles existem, mas são dissolvidos pelo seu trato intestinal através do narcótico pesado de sua televisão ou computador de última geração.


Temos a revolta internética, aquela que não passa de cocaína amarela vendida em porões escuros com valentes homens cheios de pólvora em seus dedos. Malhadores de pressão sobre a classe média vadia e mesquinha. Eles não irão incomoda-lo enquanto você possuir uma televisão de 54 polegadas full high definition HD. Somos uma geração de fezes liquefeitas, as mesmas que colorem o início do texto. Não existe uma retomada do pensamento libertário, apenas lições de moral dadas por filósofos atesticulares em cento e quarenta caracteres.

O que sempre será importante é aquilo que não se pode enxergar. Pequenas manipulações onde a cercania da alma ganha contornos de amargura embalada por sons rápidos e líquidos. A ilusão de segurança que o mundo teima em enfiar pela sua garganta abaixo, não passa de substância opiácea que é ruminada em seu intestino. Você defeca-a mais cedo ou mais tarde, com ou sem consistência. Isso depende apenas da quantidade e do tempo de exposição.

Esses detalhes que não se podem enxergar, são um bom exemplo dentro do filme Clube da Luta, de David Fincher (1999). Primeiro, o fato de ser a primogênita obra adaptada de um dos melhores malditos, o escritor Chuck Palahniuk.
O livro foi o segundo romance escrito pelo autor, mas não é seu primordial. Mais uma vez a hollywoodiana maneira de liquefazer as coisas, centrou-se apenas em um dos vértices. Clube da Luta (publicado em 1996) é siamês de outro livro (também com seus direitos para o cinema comprados), chamado O Sobrevivente. De 1999 conta a história de Tender Brenson, típico americano moderno que sequestra um avião e o explode. Pelas sentimentais lamúrias sobre os atentados às Torres Gêmeas, a adaptação ainda carece de testículos.

Outro detalhe do filme é que um dos diretores de animação da película, atende pelo nome de Carlos Saldanha. Apenas aparecendo nos créditos finais, o diretor de A Era do Gelo e o hypado Rio, provavelmente foi um dos responsáveis pelos detalhes que não se mostram tão facilmente.

Todo o universo comentou os abdominais pittinianos, quando estes apareceram na tela. Como sempre o ópio masturbatório tão feminista quanto machista, ofuscava as verdadeiras centelhas da desconstrução psicológica do personagem vivido por Edward Norton. Jack e sua alma saponácea, muito antes de enfrentarem sua metade mais violenta, já deixara que algumas sinapses escapassem do controle. As fotos do post marcam os momentos onde Tyler Durden inicia a conquista da alma de Jack, através de aparições tão rápidas quanto as criadas por Brad Pitt enquanto trabalhava nas salas de projeção.

A sessão de terapia, o escritório e a rua, marcam o começo da libertação. O texto que aparece antes do início do filme, onde um suposto aviso contra a pirataria tranforma-se em ode libertária, é outro detalhe. E obviamnte nada seria completo se a auto sabotagem feita pelo diretor David Fincher não culminasse ao final do filme, com o escancarado pau sendo exibido.