Existe uma certa tendência ao esquecimento do labo B de um dos maiores tempos dentro do rock nacional. O final dos anos 60 e início da década punk, marcaram alguns anos onde a genialidade na produção talvez foi apenas vista no tempo de Chico Science, Planet Hemp, Raimundos e Mundo Livre S/A. O que os grandes filósofos rotularam de tropicália, tinha uma outra veia, muito mais rock do que se pensa.
Uma mistura de ácido com anfetamina afeminada de cores em lava. Bandas que não apenas usavam a brasilidade, mas sim o funk e os riffs mais psicodélicos para montarem quebra cabeças que facilmente disparavam viagens astrais por entre névoas e névoas de Pineapple Express retrô.
Os Mutantes eram vanguarda da vanguarda, mas as bandas dos entrecantos sempre tiveram seu apelo febril em loucura de notas. Dois exemplos que mais parecem siameses de um tempo que era genial.
A banda LUNÁTICA, nome quase esquecido por entre os pergaminhos da história tem na canção de 1974, Assim Assado uma coleção de caleidoscópios pintados em cada uma das quatro faces que montavam a banda. Atenha-se ao detalhe de que, do mesmo jeito que seus contemporâneos e geniais SECOS E MOLHADOS, eram servidos na capa de seu disco.
Mas não era essa a única semelhança entre os dois vértices da equação lisérgica. A banda onde nascera Ney Matogrosso, também possuia uma música chamada Assim Assado dentro do clássico álbum.
Entre viagens na direção de Marte e o Guarda Belo, duas pérolas de um tempo onde fazer música era transcender a caretice.
Artigo raro de encontrar hoje em dia.
