5 de maio de 2011

GD 91 O SAUDOSISMO DO NOVO....


Por muitas vezes a música leva suas engrenagens genéticas por caminhos onde a maturação da alma tem relances saudosistas. Distantes dos ruídos absurdamente colocados em forma de trovões, que calam a mais profunda saudade. Uma lembrança de tempos onde uma camisa significava liberdade e as colorações do tecido definiam entrecantos cobertos de anarquia.

Entender esse desejo pelo velho vivido ou não, é uma forma de mensurar o porque da definitiva ranzinice com as impalatáveis claves, que desaguam diariamente por entre teclados e comandos binários. Muitas das coisas que passam pelo tempo perdido dentro da internet, tem menos relevância que um espirro tulipado. Relicários absurdos de sombras que transpassam décadas. O porém devidamente calculado, sempre mostra saída em diagramas, onde o poderio de peso prevalece.

Não existe uma quantidade máxima de bandas nascidas em Seattle desde os anos 90. A umidade descendente da cidade, parece ser germinadora de espécies e mais espécies de fungos em lava dentro do rock. Por mais que a sonoridade muitas vezes escape a originalidade, existem os que vencem o cansaço da espera por algo mais palatável.  
THE GLOBES é uma dessas.


Sean McCotter, Kyle Musselwhite, Marcus Ourada e Erik Walters, quatro almas dentro de uma máquina do tempo. Os acordes são fluentes como água sublimada que desce pelas encostas vulcânicas em brasa. Uma equação iniciada ainda em 2007, quando o quarteto aprendia os caminhos através da experimentação e construção de provedores sonoros analógicos. O mais importante é lembrar que, as saídas utilizadas pela banda para definir os entrecantos sonoros, são sinônimas de um experimento onde a fusão dos genes e sensações ocorrem de maneira metafásica.

O primeiro registro é o EP homônimo de 2008, raro objeto de caça. Um ano depois Sinter Songs colocou mais experimentações dentro dos ouvidos. Agora o momento é de espera pelo primeiro LP da banda, Future Self
10 de maio é o dia do lançamento.

Coleções acinzentadas de um tempo que corre paralelo a insanidade dos acordes da The Globe. Um peso quase em forma de acalento nervoso, onde os riffs acompanham o ritmo de uma bateria em forma de militar cadência. São contemplações explosivas que disseminam um ligeiro frio pavoroso pela sua espinha. Não se engane com o rosto colegial do quarteto, pois as linhas das canções são trabalhadas em aço que sangra acordes sônicos e permanecem por horas dentro de suas sinapses. Crescentes epilepsias em claves, que poderão tornar-se suas preferidas.

Ouça o EP Sinter Songs abaixo.