9 de junho de 2011


A busca lateral continua. Muitas vezes poética, essa constatação de que o mundo está tornando-se uma imensa bola de fusão, constante é algo extremamente interessante no mínimo. Mesmo que ainda existam certos círculos cheios de regras e normas para que a ordem seja mantida.
A única moeda de troca dentro desse mundo onde correntes ainda querem prender sua alma, é o caos.

Pelo bem que o termo possui em suas entranhas mais barulhentas, é de primazia auditiva manter-se atento aos detalhes de notas similares aos elétrons de qualquer gás nobre. Mesmo porque a tabela periódica já não é mais a mesma de temporadas passadas. Por isso, atenha-se a duas bandas de diferentes continentes.

Se a sua visão sobre a cidade de Nápolis remete aos costumes culinários em forma de pastas e pizzas, pense duas vezes. Uma leve hecatômbe de acordes com beleza ímpar e sonoridade beirando a claustrofobia barulhenta, tomará seus ouvidos de assalto.
O nome disso é STELLA DIANA.


Uma banda italiana de nascimento, mas que tem uma capacidade de captar todas as nuances do que aconteceu no rock em suas décadas passadas e atuais. Germinados no ano de 1999, mas apenas em 2002 apresentando sua primeira fita demo. Nesse mesmo ano a formação torna-se quase completa com Giacomo Salzano (baixo), Raffaele Bocchetti (guitarra) e Dario Torre (vocal e guitarra). Mas foi em 2005 que a banda torna-se um verdadeiro combo de distorções, shoegaze e pós punk, com a adição de Massimo Del Pezzo (bateria) em sua formação.

Dois anos depois Supporto Colore era lançado. O disco de estréia já possuia uma compactação de claves muito boa. Mas a banda ainda tinha a sujeira como fator de descontrole. O que não era nada mal, apenas mais uma faceta desses italianos que mais pareciam nascidos em alguma cidade cinza inglesa.



Como toda produção vinícula da bota, o tempo de maturação dos acordes é lento na Stella Diana, pois foi apenas ao final de 2010 que o quarteto iniciou a liberação do seu segundo disco. O incrivelmente maduro Gemini.
Lançado esse ano na terra natal e espalhando-se rápido pela eletrosfera, a bolacha é uma primordial audição esse ano. Esqueça os lançamentos mais descolados e atenha-se à todos os detalhes que existem nessas canções. Um equilíbrio químico perfeito entre o que são riffs atordoantes, mudanças de direção lisérgicas e peso. O clip retirado desse novo álbum, a canção Paul Breitner, é a medida exata na equação que faz desse ano uma marca de tempo mais saudável e lírica.

Mas não ouça apenas uma faixa, corra atrás do disco todo aqui.


Mas não pense você, sonoro leitor, que existem equiláteras sonoridades cativantes apenas no velho continente. A banda de Baltimore SECRET MOUNTAINS vai, além de confundir, garantir sonoras hipnoses. Primeiro, pois as vocalizações da cantora Kelly Laughlin poderiam encaixar-se em qualquer tentativa de mostra-la com uma nova musa indie.

O que não acontece, pois sua farínge torna-se parte tão integrante dos sons produzidos pela banda, que não existe uma comparação barata que se sustente. Mas o que faz da SM uma daquelas que conquistam seus ventrículos com facilidade, são as viagens sonoras. Exatidão de acordes que não apenas levam a canção, mas fazem dela um ser vivo. Cada nota está la porque é necessária. Um conduíte de vida transborda por entre os sons, fazendo com que não exista acorde perdido, todos eles dão corpo e propósito para cada uma das músicas.

O Ep mais recente da banda,  Rejoice tem essas marcas de alma profundas em seus acordes. Combinação de dias frios, quentes, e temperados. Canções que nada são além de traduções de vida pulsante.
Ouça o novo EP e assista ao clip de Rejoice. Você também pode baixar uma apresentação da banda gravada no Mobtown Studios, que possui uma cover espetacular de I Second That Emotion de Smokey Robinson.