6 de julho de 2011

GD 100 CLÁSSICAS DISPUTAS....


Pleonásmico comportamento dentro da mídia nas terras além mar, colocar bandas de rock uma contra a outra, é pauta para lá de datada. Mas quando o punk tornou-se algo tão poderoso quanto o mainstream (se você preferir pode até chamar de grunge), lá estavam eles novamente tentando colocar os Beatles contra os Stones (guardadas as devidas proporções).

Quem melhor representa a imagem da tomada de poder pelos riffs de garagem, do que os dois clips abaixo?


De um lado a anarquia do Nirvana e do outro as sombras do Pearl Jam. Smells Like Teen Spirit e Jeremy formam uma dupla de vídeos que amalgamaram catarses pessoais, sentimentais e históricas em alguns minutos de película.

Engana-se quem pensa que os dois registros tem pouco em comum. Kurt Cobain atrapalhou o quanto pode o diretor Samuel Bayer durante a gravação. Caretas, cinismo e convocação aos figurantes para destruirem o cenário. O riso nervoso na tomada final, não era atuação. O guitarrista estava mesmo de saco cheio. Disso nasceu uma das maiores catarses dentro da música. Tornou a revolta embalada em comercial de desodorante, algo que assombrou Kurt até a sua morte.


Do outro lado o bom mocismo de Eddie Vedder transformando a sociedade americana no berço das maiores psicopatias da humanidade. A história real de um garoto que comete suicídio, após alguns anos de bullying familiar e escolar, chocou tanto quanto comoveu.
Trouxe quase todas as premiações da MTV, transformou a banda em porta voz de uma geração. Algo que ninguém ali queria. Depois de Jeremy, Vedder recusou colocar Black em vídeo. A banda tornou-se arredia à imprensa e ao estrelato, comprando briga contra a Ticketmaster e meio mundo.

Mas o inegável fato é que estamos diante de duas peças históricas. Assim sendo, nada melhor que os criadores dizerem o que pensam sobre suas crias.
Mas de maneira inversa.
Entre frases de admiração, a velha e boa rivalidade.

Mark Pellington (Jeremy) sobre Smells Like Teen Spirit:

" Samuel Bayer é incrível. Um estilo completamente diferente do meu. A canção obviamente é sensacional, escura, sexy e suja. Cobain está aterrorizante e engraçado. É como se...
Deus, eu não consigo separar o vídeo da canção. Uma define a outra e essa música definiu uma era. Você sabe, estávamos em um tempo pós Madonna, Bon Jovi e você entende o que isso quer dizer. Mas essa canção era o que precisávamos. Foi a tônica para o nosso tempo."



Samuel Bayer sobre Jeremy:

" Eu acho Mark Pellington um cara brilhante e o Pearl Jam uma banda sensacional. A única coisa é que eu achava o meu vídeo do Nirvana melhor. Eu nunca gostei de ver a letra da canção ganhar vida na tela. Eu não queria ver crianças congeladas cobertas de sangue. Eu não queria ter a imagem mental de quem era Jeremy. Mas eu era muito ambicioso, ciumento, invejoso para poder ver algum mérito nesse vídeo."