9 de agosto de 2011

GD 105. TERCEIRIZANDO A ALMA.


Acompanhando o desgaste do pensar.
Patinamos por entre a calcificação do viver aprisionado aos próprios pensamentos. Não entendendo o funcionamento, os seres humanos realmente preferem o caminho onde botões escolhem.
Tudo hoje pode ser terceirizado mentalmente. Redes que decidem qual página se parece mais com você, através de algarítimos com uma precisão daquelas sem traquejo social.
Endereços que pessoas seguem ou cutucam. Listas de músicas produzidas por programas que calculam o quanto suas emoções podem deslocar-se por entre uma nuvem de arquivos. E mesmo quando existe o garimpo dessas sinapses de escolhas, seu navegador já configurou alguma tabela de amostragem das suas preferências ou sintetizou sua memória dentro de uma senha salva.
De quem????


Salva de nós mesmos.
Isolamento do pensar.

Andamos por terrenos de esquecimento, perdendo uma das maiores possibilidades do ser humano. O decidir por si, o reagir seminalmente ao estímulo aferente da vida. Até as lutas por vezes mostram-se decididas por atrações pré-fabricadas. Realmente parece mundo de quadrinhos, reverberando por entre um vácuo que nem ao menos tem a escolha de existir.
Existe esse conflito em entender o verbo.
Adjetivando de desgraça um botão que pode ser um deslocamento do marasmo.
Cutucando a mesmice simplesmente.
Não tem grandes aspirações, além de vocação para discutir o orifício anal. Mesmo uma palavra que não tem significado, ou aparenta ter outro muito mais nobre, é motivo de discórdia, incompreensão e não entendimento.

Entregar o pensar à máquina, desaba encostas da alma. Acidente que ocasiona desastres naturais, atropelamentos e a maior de todas as fugas.
Renegar nosso viver aos compartimentos monocromáticos estáticos. Justifica-se o perder, deturpando citações históricas.
Hoje existe a falta da idéia na cabeça.
Câmeras, avistamos muitas nesses horizontes de concreto.
Captando a alma e aprisionando em eternidade no mar de dados binários.
A maior luta, ainda é dentro de nós mesmos. Explodindo aumobilísticos nervos em nosso cérebro, depredando prédios de estruturas pré fabricadas ou não em nosso corpo e intelecto.

Isso me preocupa.
Primeiro nos escondemos atrás de telas frias, construindo alter egos.
Hoje telas querem decidir o que ouvir, seguir e sentir. 

Escolhas.
Escolher ser melhor
Viver em plenitude
Entender a vida e vivê-la.
É força centrífuga que parte do centro do tórax.
Bate ímpar em cada um.
Não é amostra de transistores estáticos.
Escolher o não acertar, andar por estradas em sombras.
É seu por direito.
Perder a singularidade do pensar, 
Não cutuca
Não segue
Não shuflleliniza
Não anemofiliza
Não desmarasma
Esparsa a alma randomicamente.

Me preocupa esquecer do que se é, criando novas vidas. Outros endereços virtuais outras decisões terceirizadas.
Eu quero pensar e escolher ser um anti-cristo e um anarquista.