10 de agosto de 2011


A luta ganhou um Oscar. Na verdade não a peleja em si, mas o documentário contando a história toda. Quando Éramos Reis relata o histórico combate entre Muhammad Ali e George Foreman, no ano de 1974 na cidade de Kinkansha (a capital do Zaire). A disputa do campeonato mundial na categoria pesos-pesados, foi marcada não apenas pelo show dos dois pugilistas, mas também pela relevância política e cultural que a luta ganhou.

Ali sempre foi marrento, mas ao amalgamar a origem africana do negro americano, conquistou um país inteiro. As mãos de Don King (o empresário nos moldes de Andrés Sanchez de ser) transformou a luta em espetáculo, onde Foreman reclamava de tudo (o clima, o estádio, a luta), ameaçando ir embora a cada minuto. Muhammad fazia a parte dele, sempre trollando o quanto podia o adversário.


A primeira luta de boxe oficial realizada nesses moldes, ganhou ares mais épicos ainda quando montou-se um festival de abertura para antecede-la. Reunindo nomes reverberantes dentro da música negra americana e africana, nomes como B.B. King, Celia Cruz, Fania All-Stars, The Spinners, Bill Withers. As atrações do lado africano também eram pesadas, com Miriam Makeba, T.P.O.K. Jazz e Tabu Ley Rochereau.

Fechando o line up, um certo senhor que em 74 também já era Rei: James Brown.

Esse festival que aconteceu antes da luta, aqueceu a população que superlotou o estádio. Mas as estrelas eram Ali e Foreman.

O diretor Jefrey Levy-Hinte (que foi assistente de direção em Quando Éramos Reis) resolveu contar a história por trás da história. O documentário Soul Power mostra os bastidores desse encontro de gigantes da música antes da batalha entre os lutadores. Imagens de Ali e suas visitas aos cantores, as ações marketeiras de Don King e as canções que fizeram história em dias inesquecíveis para o continente mãe. Um festival que quase não aconteceu, mas foi histórico.

Assista ao trailer.