31 de agosto de 2011


Cenas que beiram o absurdo.
Mas qual é a mais exata definição do absurdo atualmente?
Variação que transita em epidermes diferentes, pelo cotidiano amorfo desses dias, onde a chuva de verão é de neve. Isso já seria um dos grandes absurdos meteorológicos do planeta. O que se vê e como se vê, é a definição particular dessa palavra. Cada um tem o seu mundo particular, repleto de cores diferentes que dão os tons do absurdo.

Por exemplo no caso do blog Cem Homens (em um ano).

Letícia Fernandez quer contar uma história. Uma daquelas com requintes escondidos em cada pedaço de pele ejaculando momentos em uma vida.
Diarista em letras.
Mostrando a transmutação de resoluções feitas no final do ano, cheirando à partícula feromonial intrínseca em todos os carnívoros (e vegetarianos). Uma ficção em vaselinas reais ou ao contrário, onde a intenção é a exata explicação do título.
Preciso e sem desculpas por nascer no oitavo dia. Real ou não, canhota ou destra, Letícia quer contar essa história.
Uma daquelas com muitos ouvintes, afinal de contas ler sobre fantasias em rumo de conclusão tem aquele cheiro de grama ébria pela manhã.
Mas isso para alguns é um absurdo, mas nós pornógrafos de plantão sabemos que não.

Contanto, vivemos em cores mundanas de uma sépia semi-morta.
Existe essa regurgitação maledicente das piores coisas que se pode carregar pelo tempo. O ranço do velho rancoroso, o mal fazer. Uma técnica onde parece que as palavras transar, sexo e um grande numeral despertam o sensacionalismo de carola. Os que deveriam informar, cristianizam a platéia com um picadeiro formado por gigantescos vibradores e suas caras de palhaço da cadeia de fast food mais próxima. Desabotoam a calça e exibem preservativos recobertos de vidro e sífilis, maldizendo Adão e seu longo e serpentínico falo ereto. Essas carolas e suas sensacionalistas ações por momentos parecem confundir sua visão, com fingidas meias arrastões.
Pegam as palavras e as distorcem, como todo pastor que pede dinheiro usando seu livro sagrado. Esse capitalismo cristão da informação é tão recheado em fezes quanto uma bela cena pornô italiana de Cicciolina. Romanos, gregos e troianos queimando por entre as vestes do cristianismo.
Mas como já dizia Antonio Carlos:
"Tem louco para tudo hoje em dia".

E esse costume é um absurdo, ei de concordar.

E quando esse mesmo Antonio Carlos, durante seu programa matinal pela Rádio Globo, fala com uma menina chamada Letícia Fernadez, a jornalista dona do blog.
Um encontro entre a literatura binária e o tacanho analógico.
O único problema, é que a "entrevistada em questão" não era a real luxuriosa escritora. Mas sim alguém que leu alguns trechos do blog (como se tivesse treinado), pede telefone via internet para contato e não revela sua fonte quando perguntada se gravara suas aventuras sexuais. Talvez a ouvinte estrela por quatro minutos, achasse que a "fonte" em questão fosse a marca da máquina fotográfica.
O pior é que além disso tudo, os senhores e senhoras atrás do microfone exibiram a mesma sensibilidade dos programas de pretenso humor dominical. A conversa toda você pode ouvir no vídeo abaixo.

Antonio não apenas entrevistou a pessoa errada (a verdadeira Letícia jamais conversou com a Rádio Globo), como não acertou o local de nascimento da mesma. A gravação é uma coleção de absurdos.

A empresa global não se pronunciou, e nesse meio tempo me recordo de um domingo onde aquela apresentadora carregada de pelugens em pó, dizia que o padrão Globo tinha relevância jornalística. Uma que tem falsas indentidades, informação desastrosa e mentirosa.
Não informa, muito menos é engraçada.
Não fode, nem sai de cima.
É de uma azia mental pensar que os ouvintes são enganados e tratados como burros surdos que não são capazes de aprender nada que não seja uma cenoura.

E isso tudo eu tenho certeza que todos nós achamos um absurdo.