20 de setembro de 2011

GD 112 DESCULPEM A PIEGUICE SETEMBRISTA...


(escrito ao som de Ramones).

Há de se explicar em algumas linhas o significado do sumiço desse blog nessas últimas semanas. Se você acompanha esse espaço onde nada de bom acontece, deve perceber que algumas semanas o movimento tornou-se bem menor do que o normal.
Explico:


Em oito dias, uma das colunas que definirão o meu futuro estará terminada. A luta já dura três anos, mas finalmente tudo nascerá de maneira muito mais louca e inesperada. Não apenas mudanças extremas na vida nas alcovas das escritas, mas também uma inesperada guinada da vida que respira por entre os dias aconteceu. Isso acontece há menos tempo (sete meses), mas nem por isso é menor catarse.
Aliás é muito maior.
(p.s.: não vou ser pai, antes que alguém pergunte).

Esses oito dias e o final do mês de setembro são os mais importantes do ano. O mês já tem um significado especial desde 1991. Pois Nevermind e eu nascemos no mesmo dia. Obviamente não no mesmo ano (O disco é "ligeiramente" mais novo), e mesmo renegando minhas origens obstetrícias, setembro é menos tenebroso desde virginianos tempos.
Mais uma vez a cidade que escolhi como morada, me transforma. Mas para isso é preciso que o blog pare até outubro. São Paulo me criou e estuprou na mesma medida, mas jamais escolheria outro lugar para entender o que é a vida. Me desculpem o sumiço (aliás também o meu sumiço da vida dos amigos todos, ainda devo muitas visitas, pagas quando tudo acalmar-se).

Por isso até outubro e lembrem-se que,

O amor não nasce nas coloridas esquinas de contos de fadas
Não transborda por entre os amaciantes e televisivos folhetins,
jamais correrá pelas veias adocicadas de alguma promessa em pernas tectônicas.
O amor real nunca é expelido pelas bolhas de sabão infantis de uma colméia.
Muito menos é feito em seda, suave e macio.
Ele floresce por entre o árido,
o seco desértico que queima a pele
durante o inverno que jamais chegará.
Apenas existe na sofreguidão do sentir,
Amor que nasce por entre a miséria da solidão,
por todas as noites podres que mancham a alma.
Floresce pela sombra do não saber
Pela febre de viver em fúria.
O amor nasce por entre os traumas mais pesados
e as mortes mais dolorosas.
É cria do oitavo dia,
expelido pelo pus de uma hematose
dentro de um peito que quer explodir o sofrer.
Há de se criar o amor por entre o ódio,
dissecar sua gênese pelas vias mais tortas,
pela putrefação das ruas.
Há de se criar o amor assim,
do seco
do queimar o corpo
da ferida que se cura em cada lambida coronária.
Porque amar em histórias infantis é fácil,
e tudo que fácil não presta
não tem catarse
é vazio.
Há de se amar assim potente
Amar rente
Amar perto do desfalecer,
Assim perto do fim,
há de amar cada vez mais forte.
Pelas atrocidades da vida
é que pode nascer o maior de todos amores.
aqueles que são sentidos
em cada ecdise de alma.
Aquele que nos falta
é o amor que nasce forte
na miséria diária de cada vida perdida
e achada pelo mais ejaculado dos beijos.
Esse sentir enfim liberta, nos move.
Ensina e deixa sua carne escarificada,
mas aí reside em tabu social,
o maior de todos os amores.
Aqueles que extravasam o simples dizer
falar e escrever.
Aqueles que movem o sentir.
são amores nascidos na secura do viver.