21 de maio de 2012

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Sobre as ondas e o mar



Parece coincidir com a complacente magia dos dias em azedume, essa extrema vontade de sair correndo pela maré do asfalto. Inevitavelmente concreto, muitas vezes incerto de que a verdade percorre o viver dentro desse mundo formado por confissões em meia luz de verdade.

Mas o entretanto é repleto em entrecantos de alma e assim os dias seguem. Mas as cândidas notas latino americanas - por mais distantes - estão presentes ao redor do corpo que destoa. Um minimalismo embebido por entre as pálpebras, que calejadas descem por entre o rosto. O novo disco dos argentinos da banda Sobrenadar tem esses retornos ao mortificado Morfeu. Pequenas claves em gotículas que extrapolam uma possibilidade de crítica. As canções de 1859 não foram feitas para dedicar horas e horas discorrendo sobre o ponto de vista lisérgico sigurgiano barrettânico. Muito menos sobre a densidade quase em seda das camadas dessas pequenas pérolas do dream pop. Canibalizando talvez os acordes da dupla JJ, a banda deixa claro que esse atabaque de um acorde só, se acoplado ao doce tom da crítica, pode desandar em vorazes vociferações sorumbáticas. 

Portanto não julgue, não retenha a consciência por onde a violência das métricas banguerianas podem te levar. Hipnose requer tempo e prática. A Sobrenadar tem em seus dois EPs e no dsico completo o início do caminho por onde andam os sonhos. 

Ouça sem a mínima pressa e faça o download de 1859 de graça:

http://www.mediafire.com/?jc58lfcf82rq7y6