11 de junho de 2012

, ,

A bolha em formação



Muitas teorias cercaram King Of Limbs após seu lançamento. Uma delas é que o disco seria a primeira parte de um extenso trabalho que só seria inteiramente liberado um ano depois. Separator, a canção que fecha KOL, tinha em seu título uma dica aos conspiradores.

Os shows da banda - que se você ainda não sabe, é Radiohead - estão tornando-se cada vez melhores. A hecatombe ocorrida na última sexta feira no festival Bonnaroo apenas coloca o sentir uma vez mais o gosto salino do gramado úmido da Chácara do Jockey em sua alma. Obvimamente que não necessariamente a apresentação deveria acontecer no mesmo espaço (um lugar de difícil acesso apenas para começar a conversa), mas que as produções dos ditos grandes festivais deveriam sim pensar em colocar a banda em pauta, deveriam.

Atualmente, Radiohead é o grupo mais relevante musicalmente dentro do cenário (talvez The Kills e Black Keys sobrevivam ao hypismo). Não apenas pela carreira, mas pela capacidade em continuar a fazer canções que destoam da mesmice. Enquanto o hype criado pelo alternativismo tornou-se sua própria morte, Yorke e seus comparsas alimentam-se de evolução. Mesmo que aos pequenos passos e por caminhos estranhos e tortuosos, mas é inegável que a turnê de King Of Limbs deixou o disco dezenas de vezes melhor. Não apenas uma estudo minucioso do dubstep ou o retorno do eletrônico de um menino A, mas um caminhar.

O que reserva o futuro, é apenas especulação, mas as canções que são deixadas em ouvidos dentro dos shows parecem ser cada vez melhores. Ouças-as...

P.S.: The Amazing Sounds Of Orgy e Meeting In The Aisle não são necessariamente novas, apenas inéditas ao vivo. A primeira faz parte da edição do colecionador de Amnesiac e a segunda é uma jam session de OK Computer.