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São eternas promessas eletrônicas. O gênero um dia que apontou nortes magnéticos dentro das claves, por tempos atuais parece esquercer-se de sua vocação ao inédito. Mesmo que lá e cá de acordo com as condições não ideais de pressão e temperatura uma coisa ou outra apareça para despertar interesse. Não obstante do óbvio, certas notas acabam destoando, mesmo usando certos caminhos que hoje [e sempre] serão chamados de influência.
Como o caso de Grimes, a nem tão nova aposta do selo 4AD. Canadense de nascimento, Claire Boucher mais uma vez dentro da história da música tenta colocar um coração humano dentro do computador. Do mesmo jeito que seus antecessores kraftwerkianos ou radioheadescos, a cantora não exagera, mas ao mesmo tempo também não coloca o mundo em rotação anti horária por causa de suas canções. Talvez esperar que alguém faça isso hoje em dia seja algo que vai além do entendimento e compreensão, porém a poesia da vida que escorre em lava cartesiana do cotidiano, merece algo a mais. mesmo que as condições dentro das músicas de Grimes sejam tão poptônicas e estranhas quanto Chimbinha cantando Tour de France, é provável que seu coração de lata não se deixe oxidar pelo novo single da cantora.
Genesis pertence ao mais recente disco da canadense - Visions - e não decepciona em nada. Hipnose é lenta e leve, são apenas ondas aéreas de uma brisa fina entorpecida por certas caleidoscópicas lisergias. Como tomar ácido em doses homeopáticas. Obviamente todas as referências do eletro germânico até as canções de castelos de cristais mais chicletes estão vivas e caminhando por entre os aspergianos sussurros dela. Os cabelos rosáceos são apenas mais um detalhe. Uma mente eterna em brilho repleto de lembranças do que se perdeu por entre o constante sangramento sem direcionamento, que a música eletrônica por muitas vezes parece tomar dentro desse mundo binário.
Claire pode ser um alento tanto quanto Bat For Lashes foi quando estourou. Estranha e talentosa a menina já é. Ouça Genesis e também Oblivion.