9 de julho de 2016

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Do nascer e mais...

Lembrança única uma, o cinza domingo pela manhã
Um grito insiste, cinza ódio há amalgamando paredes
Um grito cinza, única lembrança daquela manhã

Ne m esmo folhas presenciaram certo nascer morto
Um cego fígado ensopado em sangue - pós soco perpétuo
Um afogamento faríngeo que ne m esmo cambaleia

De primos números, movimentos do corpo
Desatam pulmões - urram não saída, adentram o metal;
Desata pele aos pedaços pela garganta -!

Emperram-se códigos
A resistir permanecer           n a'al ma
Ao lado duma envelhe      ci da caldeira
Aquecendo seus restos        na alameda

Por entre a dor, sangue e solidão;
Só se nasce cinza assim:
- Sonda e fórceps, a cravar misóginos dentes

O vivo beco em fumaça
Alumiado pela meia
                              [I]Luz[ão]
                   cabaré - centro cirúrgico

Sempre presente sensação de funeral,
morta quando do inundar O Fogo
em calma

Fotograma do profundo desacelerar exato,
inspirar em lento gatilho o ar...
- A trinar explosões!

Antes da tinta
extrair toda vida
por paletas cartesianas

Antes do      primeiro      direto de metal no rosto
toda vida                         a permanecer incerto
demônios                        a ninar teu sono

Envolvido pelo óleo, fuligem & vapores
                                                         [industriais
Bossa póshhippie destoa aos aristocratas interioranos

A liberdade do não
                  que não há
Leis a clamarem talvez
o desatino de não entender tudo isso

Corpo desatento
inacessível sem explicação
repleta em pelos, gozo e labia majora
Acordar na proibição do toque, desalento,
não desejo.

- Permanecer encolhido por dezenas de anos
ao nascimento involuntário
sem teu querer.