24 de junho de 2011


Vamos então aos fatos:

A RIAA (Recording Industry Association of America), somando forças com o outro elefante branco da indústria americana, a MPAA (Motion Picture Association of America), resolveram desta feita colocar no tabuleiro de xadrez (da perdida guerra contra a pirataria), mais um movimento nos mesmos moldes de sempre.
Incitando a repressão e colocando os usuários da internet na mira de outras siglas, que possuem na cultura do medo e conservadorismo, uma cadência evolutiva.

As entidades funestas, semi mortas e hackeadas são o FBI, DOJ (Department of Justice) e o DHS (Department of Homeland Security). Esse último aliás, tem em seu site os seguintes dizeres:

"Na preservação da nossa liberdade!"


De acordo com documentos publicados pela Casa Branca, a RIAA já gastou mais de 2,1 milhões dentro do governo americano, para concretizar de maneira lobbista a aprovação de uma lei dentro do Congresso.

Pelo seu lado, a MPAA, também já investiu mais de 400 mil dólares em lobbies que incluem além dos senadores, o proprio FBI e o DOJ. Tudo isso sob o pretexto de colocar em pauta, assuntos considerados estratégicos para a segurança nacional, como por exemplo o site Rapidshare e o streaming gratuito. Eles querem tornar os usuários do site criminosos e a audição de vídeos e discos dentro da internet um crime.


As duas corporações culturais americanas, já gastaram aproximadamente 2,5 millhões de dólares até o mês de junho em 2011, dinheiro de desepero nos bolsos de terceiros e medidas tentando postar na binariedade a censura.
Principalmente na aprovação do chamado The PROTECT IP Act.


Essa nova lei, que atualmente transita no Congresso da barackolândia, tem como prerrogativa maior, fazer com que o Departamento de Justiça Americano, aplique a lei de direitos autorais em sites locais e estrangeiros.
Não existe discussão sobre a ultrapassada e regressiva lei, que foi também infringida pelos gigantes da comunicação gringa, apenas mais um ato de desespero repressor.
Chamados de piratas de uma maneira genérica, os blogs, computadores ou sites que usarem conteúdo postado pelos ianques, serão enquadrados como marginais e sofrerão com o famoso braço longo (e causasiano) da lei.
Mais uma amostra do chamado territoralismo dos USA em relação ao planeta. Os governantes (pois o povo de lá, sofre também como o de cá), não só querem decidir quem comandará os países do Oriente Médio, mas sim expandir o imperialismo (nos mesmo moldes de tempos da finada guerra fria), para o mar de dados existente na internet.

A lei garante também o poder para que sites sejam colocados fora do ar, travando assim o compartilhamento de informações. Operadoras de cartões de crédito serão proibidas de realizarem transações com os sites na mira da lei. Outro fator que esse ato garante, é delegar poderes às empresas que sentirem-se lesadas pelos sites, permitindo que estas abram processos sem a interferência do estado. Garantindo assim às corporações particulares ações de retaliação, sem a necessidade de mandado judicial.

O ato forma uma cadeia de repressores e perseguidos. Gigantes que cresceram fazendo fortuna inicialmente pelo roubo de idéias e o não pagamanto de direitos autorais. Veja o caso da Disney, que se não tivesse pirateado as idéias de todos os filmes seminais criados por Walt, jamais poderia chegar onde chegou.
Hoje junto com a Warner, são as famílias mafiosas da MPAA.

O PROTECT IP Act não é uma regra criada para garantir o direito de ninguém que não sejam as grandes corporações, afogadas em uma crise sem fim, pois não tem visão suficiente para amalgamar idéias com quem realmente faz o trânsito de informações circularem, ou seja, o usuário.
Visam a proteção de nada, mesmo porque o panorama atual dentro da rede, não consegue mais controlar o fluxo de informações.

Os grandes provedores de conteúdo, não mais travam as suas. Portais jornalísticos, gravadoras (como a Trama Virtual) e milhares de outros sites, disponibilizam ferramentas para que esse compartilhamento seja feito. Bandas e escritores colocam suas obras de graça na internet e os projetos de crowndfunding ganham mais e mais força. Reprimir essa cadeia evolutiva, não servirá para proteger o dinheiro de ninguém que não seja o dos gigantes mortos.

Eles querem controlar o que você pode ver, quando pode ver e o pior ainda, a maneira que você pode ver. Sem informação, a educação torna-se obsoleta e a capacidade de luta do ser humano é tolida da maneira mais vagabunda possível. Até hoje apenas o cidadão comum, sofreu com as leis de direito autoral. Milhares de dólares gastos em processos contra pessoas que baixaram uma música apenas na internet.

Essa lei vem de encontro com o pensamento atual dos grandes sociológos virtuais, como por exemplo, Evgeny Morozov.


Em seu mais recente livro The Net Desilusion, ele conclui que os governantes estão gradualmente aumentando a controle sobre a internet. Não mais com a força. Mas com medidas que propagam suas políticas de repressão em sites ou blogs. Essa lei, é uma junção da repressão de outrora, com o aumento do controle sobre o conteúdo dentro da rede, como diz o autor. (Leia mais sobre o livro, no blog de Tiago Dória).

Mas onde você entra nisso tudo, meu piratinha leitor???

Simples. Primeiro, pois agora o controle não será mais restrito ao território americano. Passará para um espectro mundial. Seu site pode ser punido e seu IP travado. Tetraplegia de liberdade, sob o manto da capa do Superhomem (aquele herói que zomba dos seres humanos e usa uma cueca em cima da calça).

Atenha-se ao fato, de que agora possuimos uma Ministra da Cultura chamada Ana de Hollanda. Irmã de seu Chico (aquele que faz média com o download gratuito, recolorindo a gasta imagem de lutador da liberdade de outrora), que como primeiro ato de sua gestão retirou as licenças de Creative Commons do site do ministério. Depois deu mostras de que não entende o funcionamento da palavra tráfico de informação e agora coloca no cargo de chefe da Representação Regional do Ministério da Cultura, seu produtor (e ex presidente de gravadora) Valério Bemfica.


Não precisa ser agente da depressão para imaginar onde tudo isso pode parar. A sua liberdade está em jogo, como sempre. São atos como o Protect IP que aos poucos vão retirando a internet, das mãos dos que realmente são os donos. Não donos, mas responsáveis pela sua evolução em algo que possa tornar-se uma fonte de crescimento.
Essas pessoas são todos nós. Guerrilheiros que postam textos, músicas, notícias, notas, palavras, poemas e fotografias.

A liberdade não pode ser obstruída com uma ação que dá poderes para que grandes corporações tenham cada vez mais controle sobre o seu divino direito de escolha.

Preparem-se, pois aguerra está apenas começando.
E para lutar contra isso, você pode assinar a petição contra o PROTECT IP Act AQUI!!!!!

Eu sou o anti cristo, eu sou um anarquista...