9 de setembro de 2011

GD 110. A DECISÃO É SUA.....


Existem  binariedades em uma manhã, formando conjunções de confusões que desaparecem por entre os cíngulos. Causadas muitas vezes por barulhos oriundos de tripulados maquinários em uma construção logo à frente de sua janela.

A mesma que abre-se por entre os galhos de uma árvore centenária, morada de passarinhos irritantes e deslocados por entre a orda de poluição, do bairro onde a padroeira dos músicos serve de nome. Mas essas confusões mentais que desabrocham por malocas escondidas no serumen de seus ouvidos, não mais são do que pequenas explosões de sonoridades diferentes. Como debates religiosos, onde não são postados entendimentos, mas sim mais celeumas por entre descrentes unidos por um só deus pagão.


Pastores e seus pequenos paus pasteurizados pela tela de televisão e a busca por entendimento das claves. O único alento que resta é a distorção do que pode ser realidade para uns e outros. O gostar de canções tem muito disso, uma retorcida realidade que é usada de maneira ímpar em cada um. Não existem messias ou mecenas, mercenários masturbatórios cultos genitais ou madres superioras em cintas ligas vermelhas. Apenas a capacidade de escolha do que ou não ouvir.

Por isso mesmo essas duas bandas podem confundir um pouco o que é ou não bom gosto musical. A primeira, oriunda da cidade de Leeds, com toques quase tão rurais holísticos quanto qualquer uma do gênero hippies malemolentes. Não existe aclamada febres em riffs, não é morada de fúria política fisiológica de esquerda. Por vezes as vocalizações parecem mostrar que a ranzinice do ouvinte irá sucumbir às vontades destruidoras das reclamações. Uma banda que pede paciência auditiva, em um mundo que gira por milhares de bytes velociraptores, muitas vezes pode ser mal interpretada. Por isso mesmo se por acaso existe uma centelha epiléptica dentro de seu gosto musical, deixe a banda Pengilly's de lado.

Jamais será a sua iggypopiana praia de descanso. O clima de eteriedade pode tornar-se enfadonho por muitas vezes e a simplicidade das canções pode ser confundida com desafinações. Mas se não existe mais amor na sua cidade, a calmaria desses acordes pode fazer com que a sua visão sobre o mundo torne-se mais lenta e contemplativa. Quiçá quem sabe, pode até fazer você tornar-se um pouco mais humano ao toque de outros mamíferos da sua espécie.

A banda lança seu mais recente EP, Toby's Hill no melhor estilo projetores sujos de ser. Mas não reclame de uma possível cópia, pois afinal de contas, a era das grandes invenções dentro da música já não mais existe. Apenas uma regurgitação bem ou mal feita de milhares de acordes disseminados de maneira virulenta. Ouça o EP e assista ao clip de Toby's Hill.





PENGILLY'S "TOBY'S HILL" MUSIC VIDEO from BROWN BREAD FILMS on Vimeo.


O que leva-me a descobrir que minha veia dos bailinhos com a vassoura ainda existe. Rotacionando toda a vez que as canções dos australianos da banda Medollic confrontam minhas órbitas. Ano passado eles já passaram pela conta de twitter do blog mas não ganharam minha atenção, porque um trio de quase adolescentes vestidos como a banda Paramore não era o suficiente para que ocorresse cativante ejaculação cerebral. Deixados de lado pela minha chatice crônica, eles desapareceram. Hoje bateram em minha porta novamente. Como educados vizinhos, desprezados pela prepotência do conhecimento pedântico fálico e broxa, aportaram de maneira calma. Despejando as claves de seu primeiro disco, Dollhouse, que é vendido em cada show da banda por $10,00.

Você pode até achar caro, pelas reconstruções hepáticas que o trio da Austrália despeja em canções com pop de sessão da tarde e assimetrias bem ensaiadas, mas não se pode chama-los de preguiçosos. O som sofre dos males da produção limpa, talvez por isso desperte tanto desprezo e melancolia pelo futuro do rock nas mãos de crianças e seus brinquedos tecnológicos. Mas existe uma centelha dentro das canções que deixam no ar um gosto de diferença. Algo que trabalhado por entre os anos de estrada, possa colocar a banda em patamares melhores do que simples adolescentes e seus desodorantes cheirosos demais.

Existe esperança em dissecar algumas belas passagens e boas musicalidades dentro das músicas. Talvez jamais seja uma banda para você, mas o que é o caminhar se dentro dele não existir o primeiro passo?
A imprensa blogueira gringa acredita que eles possam transcender em breve.
Eu por aqui deixo o julgamento com vocês ouvintes. Afinal de contas o que pode ou não ser bom é algo que você decide e quanto mais rápido essa idéia for assimilada, menos precisaremos de novos messias musicais. Mais capacidade de decisão, menos endeusamento de falsos profetas.

Quanto mais você for capaz, menos precisará de pessoas como eu.
O que particularmente já é um alívio.