São quase onze horas da manhã, uma centelha depressiva invadiu o corpo por todo o passeio com o cachorro. O que não faz bem ao animal [ obviamente o quadrúpede com pelos ], mas aos poucos deixa por toda a alma do humano a certeza de que certos dias tem um presente incrível, rodeado por um passado mórbido. Como canções ao mesmo tempo repletas em energia e cerceadas em cumulosnimbos , pequenas veias entoando uma leve depressão contida e que vagarosamente corta arteríolas de uma vivalma em presente felicidade. Do mesmo jeito que a falha é a única coisa que une os seres humanos, a possibilidade do sentir-se miserável é tão real quanto acordes em seu ouvido médio.
Por isso, as notas do mais recente single da Cold Pumas são pacificadores de sinapses tortas. Fog Cutter, mesmo usando o truque de Mark Smith no The Fall - repetir um acorde ao extremo epiléptico hipnótico -, consegue relembrar as maiores convulsões do Joy Division. A canção é notoriamente recalcada em Digital, porém esconde uma alegria em meio ao depressivo pós punk escancarado. Amalgama explicitamente as influências, ao mesmo tempo que recobre de cinza a alegria das claves dançantes de madame satânica.
Canção retirada do disco inicial - Persistent Malaise -, com lançamento para dia cinco de novembro em dois mil e doze maia. A trinca Faux Discx / Gringo Records / Italian Beach Babes encarrega-se do parto natural. Para não perder as influências, após o single da Cold Pumas você fica com Joy Division e The Fall.
Joy Division - Digital - Music Video [Control] from Dragan Marinovic on Vimeo.