1 de novembro de 2012

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Meu braço prateado


Algumas vezes é necessário o ar podre da mudança aos ouvidos corroídos pelo sarcasmo diário - onde a música instalou-se e deixou de ser a coisa mais importante dentro do planeta - , para que cerebelos em fúria iniciem uma volta aos trilhos da evolução. Inevitavelmente essas mudanças passam por entre claves supersônicas. Algo como amplificadores catatônicos e epilepsias das notas ecoando por entre cíngulos cocainômanos. O que não compromete de maneira flácida, se por acaso isso acontecer pela infusão de canções compostas por três pessoas indicadas ao Mercury Prize.

Os conclaves Maps, Red Tiger Riot e Tulip, pariram um quarteto de amigos e músicos que em 2012 resolveram formar uma banda. Gareth Hughes, Leon Forde, Jon Brown e Ben Brown criaram algo que na verdade não necessitava nem do nome post punk experimental. Barulho bom aos ouvidos seria suficiente. os acordes da Silver Arm, são muito menos ingleses do que se imagina e mais claustrofóbicos do que se pode tentar denominar criticamente. Primordial é saber que o início é recoberto por uma refrescância caótica e barulhenta. Quatro primeiros singles tem tribalismos de caixinha, pequenas guturações vocais e distorções que transbordam uma mesmice mais do que nefasta dentro do universo paralelo onde vivemos presos por cátodos.

Existe a não necessidade em mostrar-se inovador e isso é o que faz o som da banda permanecer longe da curva pleonásmica de claves. Funk dos zumbis sedentos por pequenos restos de carne humana recentemente morta ou apenas uma doença viral que aos poucos consome sua pele, retardando o desprendimento dos ossos para que a esfola seja completa. Uma não escapatória rápida que deixa no ar apenas o chumbo do radiofônico novo, mesmo que em pequenas doses e com algumas regurgitações hellacopterianas.

Ouça Man The Falcons, Power Of The Sun, A Tethered Jacket e o sensacional "hit" Hippies...