3 de fevereiro de 2016

no metrô
olhos tateiam
                      [a tela

resfriada, distante
por micro resolução

resolutos olhos
nos ônibus
não enxergam o tato

na Funarte
sentem cheiro de mesclados
micro tubos renais abertos

olhos sabor lata
perfurada em tridente
salva do nada
alma micro desgastada

olhos leoninos
auto destruídos
quanto mais humanidade
lhes é imposta

olhos de cheiro
impregnados
nem ao menos somem
ao se tentar queimar a pele

destruição que a carcomer
o corpo
pedaço por pedaço
vai...

estanca o sangue da ferida
                                          - com saliva ácida -

a consumir certezas crescentes
                                          [que se pensam coerentes
exumam o coração
                                          [em chagas permanentes.