Como matar um Rinoceronte?
Ossada montada num apanhador de sonhos
Reconstruída em salinizações
D'um extremo que só pode brotar no cimento
D'as ferrugens nas asas dos pássaros a sangrar pedras & bombas
D'os endereços esquecidos de entregas jamais enviadas
Pois a de se desenterrar esse cadáver através de bebedeiras infinitas
Amor a rebentar por entre
Tal mística de carinho destilado
Da traição - usando o secretariado - ao primeiro tapa na cara
Desenterrar este maldito cadáver!
Queima-lo à beira do Oceano
Derrubar as cinzas nos corpos pendurados como couro em lojas debaixo do Elevado
Uma vez mais cuspi-las na segunda oxidação
Esperar que Um Rinoceronte as pise
N'um nada ameno calor que consome
Se esboça o desespero de cada respiração
Amor renascido em Fogo, Carcaça & Sangue
Então nunca mais em pavor dormir com a possibilidade
dos sonhos acordarem os outros.
Reparido amor fundação da Anarquia
Revolucionária Crítica aos desmandos da Moralidade
Insiste, expande & demanda uma Revolução
A provar que todo impalpável morre
Todo cartesiano que se faz Fúria transfunde o Mundo
Os Girassóis Negros, A Palavra Amena
O Tiro de Misericórdia, O Passado Suicida Desaparecido
O Borrado Gene do Fracasso
Todos enterrados ao lado de outro Esqueleto Suicida de Ocasião.