13 de fevereiro de 2013

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O fim do penar


Se ao menos entendestes
meu desespero
não pensarias inglórios dissabores
acompanharias minha dor
e verias que não é
meu destino que incomoda.

Esse já me é velho amigo
desde o dia em que nos teus
olhos encontrei-me

Nas escadas daquele cotidiano
abracei os teus lábios
e assim em jazz
eu soube

Não é pelo que há de vir
que minha alma assanha-se na beirada
do precipício

Mas se para tu
fostes eu fardo enfadonho
a morte me seria melhor castigo
do que  fazer
sofrer a tua vida

Em desabrigo de um futuro nada
pois se não puder
acalentar tua alma
para que me serve
esse ingrato corpo
calcário em desavenças
biomecânicas

Mas em meu
caminhar trôpego
és tu destino certo
da alvorada insone
caminho aberto
para um peito
polido em azul.

E se o abismo por debaixo
precipitar o entardecer
dos braços nascerá então ponte
cataclismo em veia pulsante
invertendo o fluxo sanguíneo
do penar.