Um
bacilo oleoso
vagando
inerte
em uísque
desce
a rasgar faringe
Deambulação
claudicante da alma
deteriora
por entre trilhos em espera ampulheta arenosa
vagarosa,
inerte, arrasta pedaços da sobra
Longe
o sorriso apagando-se o dente a ranger em lava
Ódio
atemporal recobre vivalma em cinza
Saudade
[papel branco]
Sem
lembrança alegria do destino amorfo
a
sentir profundamente
sinapse
incandescente
do
que foi o enfim
A luz
em velocidade invade a borracha fria
o
cheiro agreste dos poréns
a
franzir a testa em pensamentos
A
cabeça encostada na porta a bascular imensidão
Uma
língua que traga a azia do que foi
Saudade
[papel branco]
Mas
sentir o sorrir das outroras é flor roxa
primavera
em leito seco
fogo
que aviva o resto
desse
cartesiano passar dos dias
Dentina
exposta em lava ao reverberar sonares claves
Métrica
cardíaca [em] descompasso
Febre
do querer novamente
Discorre
as cores no papel branco esvazia então o não querer
sentir,
saber, sucumbir a saudade de não sentir saudade
Saudade
[papel branco]