27 de junho de 2013

Existe a sensação inerente de fim
a cada tosse, sentida
por dentro da terra
o fim

Engasgo em repetição
sólida, lamento cego depressivo
paralisia violenta encefálica / 
como se o muro parisse
gameta ácido responsável pela
diluição da suástica holística /
empurrada goela abaixo
nesses dias pacíficos de paz amorfa.

Um capacete que não protege
da transmissão infecciosa -
a única ponte a unir pessoas -, 
também não protege contra a insensatez
da vida... 
[ e não há máscara de gás]

Mesmo assim,
as pessoas insistem em não tapar
a boca ao tossirem / perdigotas
insistem em não recolher a merda
do cachorro
em serem más, 
violentas e adeptas ao descaso, 
insistem em não ouvir
apenas repetem frases de efeito
a volta da volta da volta da volta devota de vota 
do prego /

As rapinas ideologias resistem, 
incautas e intocáveis como um cabaço
do virgem suicida e sua brisa
nervosa de metrô, 
almas férreas que aos poucos
implodirão aos segundos
uma tensão derivada do medo, equacionada
aos imundos genes do queimar livros,
babuinismo reinante
mutando a cidade em limbo / 

Enquanto o ferro 
aos poucos penetra ao longo do ômega túnel de concreto
Há de se resguardar a clave e a canção
aos poucos poluentes ao longo de inerentes
brônquios em respiradores fisiológicos sãos /

E durante todas as noites
ei de expelir pedaços dos pulmões
banhados em enfisema noturno
mais mortos do que sóbrios
moldando as mãos em tecidos libertários
contra a ideia de que paz
é apenas o catarro depositado no fundo do vaso /