a cada tosse, sentida
por dentro da terra
o fim
Engasgo em repetição
sólida, lamento cego depressivo
paralisia violenta encefálica /
como se o muro parisse
gameta ácido responsável pela
diluição da suástica holística /
empurrada goela abaixo
nesses dias pacíficos de paz amorfa.
Um capacete que não protege
da transmissão infecciosa -
a única ponte a unir pessoas -,
também não protege contra a insensatez
da vida...
[ e não há máscara de gás]
Mesmo assim,
as pessoas insistem em não tapar
a boca ao tossirem / perdigotas
insistem em não recolher a merda
do cachorro
em serem más,
violentas e adeptas ao descaso,
insistem em não ouvir
apenas repetem frases de efeito
a volta da volta da volta da volta devota de vota
do prego /
As rapinas ideologias resistem,
incautas e intocáveis como um cabaço
do virgem suicida e sua brisa
nervosa de metrô,
almas férreas que aos poucos
implodirão aos segundos
uma tensão derivada do medo, equacionada
aos imundos genes do queimar livros,
babuinismo reinante
mutando a cidade em limbo /
Enquanto o ferro
aos poucos penetra ao longo do ômega túnel de concreto
Há de se resguardar a clave e a canção
aos poucos poluentes ao longo de inerentes
brônquios em respiradores fisiológicos sãos /
E durante todas as noites
ei de expelir pedaços dos pulmões
banhados em enfisema noturno
mais mortos do que sóbrios
moldando as mãos em tecidos libertários
contra a ideia de que paz
é apenas o catarro depositado no fundo do vaso /