16 de janeiro de 2014

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Clima Tempo

Clima tempo

Marimbas tocadas por inúmeras mãos,
são como granizos nas telhas,
equacionam alterações nos tempos musicais
através da reverberação de correntes aéreas nas arestas do concreto,
onde rodamoinhos de vento entrelaçam-se -
lambendo as venezianas da zona norte.

Cáu [o] stica

Padecem os raios solares,
definitivos mortos pelo cinza e pelas sombras,
arrancados de seu lar com violência,
em cada cusparada sólida de gelo -
que despenca do céu a tremer por infinitos minutos.

Trovões epilépticos em contagem cada vez mais próxima.

Gritam por entre os medos das gotas,
em serem eletrocutadas,
como as pessoas fogem em desatino pelo calçamento molhado,
como os pés deslizam sem direção nos tapumes,
como as calças destoam na paleta de cores ao ficarem úmidas,
como a alma foge amedrontada quando sente a corrente aérea circulando-a.

E o vento ereto no concreto penetra por entre as perfeitas assimetrias.

A vida então muta como sempre,
avida por sentir os segundos que a tornam algo a mais
que não uma simples passagem de dias,
o estrondo da mudança de estados físicos,
de seus amores e amantes elementos.

Escorre como a água
que derrete nos cantos da canaleta
recoberta de granizo.

Tempo muda.