4 de fevereiro de 2014

Existe sempre o vértice de explicação ineficaz, como as resenhas dentro das canções populares dos anos oitenta a pregar uma salvação destrutiva, entretanto dentro desse fato tópico, repleto em maledicências ou teorias absurdas falta um tipo único de descrição, uma conjunção de elementos que construiriam uma indestrutível tese sobre o que é e como perceber o nada, um estudo geofísico de lisura tamanha que ninguém poderia sequer questionar a veracidade de seus pensamentos, uma explicação que fosse embasada em uma testemunha ocular, essa era a pedra que faltava para que todas as respostas fossem dadas. Uma testemunha, um olhar físico e palpável dentro da construção do todo, capaz de definir por suas observações dos iniciais acontecimentos dentro do Universo o nada. Irrefutável como as agudas insinuações nas claves de Barrett, onde bicicletas eram morada dos gatos satânicos de estimação e as declarações de amor deixavam-se levar por emancipações da aura, e, ao invés de recobrirem-se com medo pelo desconhecido, embarcavam de uma vez por todas em uma paleta de cores circulando a estratosfera da Terra, onde as escalas em oitavas com base em um interminável dó um dois e dois um refastelavam-se nas expansões dos acordes dominantes da sétima, que serviam de término onde o sol era úmido, when I was alone you promisse a stone from your heart, my head kissed the ground, e assim tudo recomeçaria, pelas sólidas estocadas esquizofrênicas dessas letras trocadas como uma ímpar numeração correndo em uma linha descendente incessante, eis as testemunhas vivas de uma criação dentro da única pureza que realmente consegui ver em todos esses anos, o Caos. As cordas eram testemunhas que enquanto fossem percutidas continuariam a disseminação da tese, e uma testemunha era o que faltava para que finalmente todas as questões desse mundo pudessem ser resolvidas, algo, que até onde consigo perceber minha existência dentro desse redemoinho analógico de sinapses, não existe. Uma única alma ali in loco, presente e esperando os acontecimentos desenrolarem-se, não havia. Ninguém apto em colocar um rosto nesse nada, uma arrumação de cabelo que pudesse lembrar a humanidade como seriam marcantes seus traços faciais, suas orelhas ternamente alinhadas aos seus ossos occipitais, a borda de sua pele alterando tons rosáceos e avermelhados ao receber raios solares em seu rosto, o queixo levemente arqueado como se fosse um portão medieval guardando a grande via de entrada...

(continua...)